8 de março é o Dia Internacional da Mulher. Aliás, março inteiro é tido como o Mês da Mulher e, para esse mês especial, a Unidade de Pronto Atendimento 24 horas (UPA Zona Sul de Macapá) está reforçando o alerta sobre as doenças e os cuidados com a saúde feminina. É uma oportunidade de levar informações não somente sobre os direitos das mulheres garantidos pelo Estado brasileiro, mas principalmente sobre meios de prevenção de doenças.

Atualmente, a mulher moderna tem uma rotina muito corrida. Quase não sobra tempo para cuidar da saúde do corpo e da mente. Mas, é preciso se atentar aos sinais e até mesmo dores no corpo para evitar algumas doenças sérias, como câncer de mama, depressão e câncer do colo do útero.

Por isso, é importante a mulher visitar o ginecologista a cada seis meses ou, pelo menos, anualmente. O corpo feminino necessita de alguns cuidados especiais, uma vez que ele é cheio de  singularidades que implicam em períodos complexos e delicados, como é o caso da mestruação, gravidez e menopausa.

O Brasil é composto por quase 102 milhões em população feminina. Uma grande parcela deste número tem ou terá uma doença grave em algum momento da vida. Para chamar a atenção da mulher sobre a importância de se informar para cuidar bem da própria saúde, a UPA Zona Sul de Macapá preparou um pequeno guia sobre as principais doenças relacionadas ao sexo feminino, cuidados e exames ao logo da vida em referência ao Mês da Mulher. Confira:

Câncer de Mama

É o tipo de câncer mais comum entre as mulheres atingindo 25% dos casos de câncer na comunidade feminina do mundo. Em questão de mortalidade a nível mundial, o câncer de mama está no topo do ranking, com mais de 10 mil mortes anualmente. No Brasil, são previstos 60 mil novos casos todos os anos.

A opção por hábitos mais saudáveis, como alimentação equilibrada e prática de exercícios físicos de forma regular, é uma forma de prevenção. 30% dos casos podem ser evitados por esse caminho.

Outro meio de evitar ou fazer o diagnóstico precoce da doença é o autoexame da mama. 66% dos casos são descobertos através dele. Se o câncer de mama for diagnosticado no início, as chances de cura sobem para 80%.

Depressão

De 2 a 25% das mulheres apresentam um pico depressivo em algum momento da vida. A depressão ocorre por diversos fatores, dentre eles hereditariedade, alterações hormonais bruscas, acontecimentos negativos durante a vida, medicamentos ou como consequência de outras doenças.

Ainda não há uma comprovação científica que indique o motivo desse problema ser mais incidente nas mulheres. O organismo feminino sofre consideravelmente com questões hormonais em momentos como menstruação e gravidez. É possível que a depressão esteja associada a um desses fatores.

Os tratamentos para a depressão são diversos e variam entre medicamentos e terapia psicológica ou psiquiátrica. Com o tratamento adequado, as mulheres com esse problema podem levar uma vida como qualquer outra, priorizando sempre os bons momentos e o bem-estar na rotina.

Câncer do colo do útero

São registrados 16 mil novos casos desse tipo de câncer anualmente no Brasil. Quase 6 mil mulheres morrem todos anos em decorrência dessa doença. Se for diagnosticado na fase inicial, as chances de cura podem chegar a 100%.

Ele é causado pela infecção através do vírus HPV (Papiloma Vírus Humano). As mulheres precisam estar atentas a esse fator, já que infecções pelo HPV são muito frequentes. Como se trata de uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), o melhor caminho é garantir que o ato sexual seja sempre seguro com o uso de camisinha. Além disso, outro método preventivo é a vacina contra o HPV. O medicamento está no calendário vacinal do Ministério da Saúde para adolescentes de até 14 anos.

O câncer do colo do útero é descoberto através do exame conhecido como Papanicolau e é indicado que este procedimento seja realizado pelo menos uma vez ao ano. Esse tipo de câncer geralmente só apresenta sintomas quando já está em nível avançado.

Outras doenças

Questões hormonais, genéticas, ambientais e até causas desconhecidas tornam as mulheres mais vulneráveis também a outras doenças como esclerose múltipla, infecção urinária, fibromialgia e infecções sexualmente transmissíveis.

A opção por uma vida mais saudável é a principal dica para que o organismo fique longe desses problemas. Alimentação rica em fibras, cereais, frutas, legumes e verduras; prática regular de atividade física; procurar uma rotina mais leve, distante dos problemas e conflitos diários; hábitos que não são difíceis de praticar.

Reservar um tempo para consultas médicas e exames também é fundamental para que haja o controle da sua saúde. Comece agora mesmo e garanta que seu organismo aguentará a rotina intensa como deve.

Principais doenças ginecológicas

  • Vulvovaginite

Apesar de não ser muito conhecida, é um problema comum entre as mulheres. A vulvovaginite é uma inflamação da vulva e da vagina que pode ser causada por uma infecção por vírus, fungos ou bactérias. É uma doença que pode surgir em mulheres de todas as idades e é causada por desequilíbrio da flora vaginal, falta de higiene vaginal, alergias ou alterações hormonais.

Para o tratamento dessa doença ginecológica podem ser utilizados antibióticos, antifúngicos, corticoides, estrogênio e é necessário ter uma boa higiene local.

Sintomas

 Corrimentos líquidos ou grumosos;

 Odor fétido;

 Prurido;

 Vermelhidão;

 Irritação;

 Dor durante a relação sexual;

 Ocasionalmente, presença de lesões externas e internas como bolhas, úlceras e verrugas.

  • Síndrome do Ovário Policístico (SOP)

A Síndrome do Ovário Policístico é um distúrbio hormonal e a mulher pode desenvolver cistos no ovário. Comum nas mulheres em idade reprodutiva, quem tem essa síndrome costuma ter o ciclo menstrual irregular e ter dificuldade para engravidar. O SOP também pode causar diabetes por conta a resistência à insulina.

Tratamento

Não há uma forma de prevenção para a SOP. Apesar de não poder ser evitada, seu tratamento é feito na gestão dos sintomas e complicações, como acnes, obesidade e infertilidade. Consulte um médico para que ele possa prescrever medicamentos para seu caso e é indispensável realizar exames periodicamente.

  • Endometriose

Frequente em mulheres em idade reprodutiva, a endometriose é uma doença ginecológica causada quando a mucosa que reveste a parte interna do útero cresce em outras regiões do corpo. A doença está ligada a infertilidade, pois afeta diretamente as trompas uterinas e os ovários. O tratamento pode ser feito com o uso de anticoncepcionais e cirurgias para a retirada das lesões.

Não se sabe a causa exata da endometriose, mas acredita-se que esteja ligada a causas genéticas e baixa imunidade. Fatores psicológicos como estresse, ansiedade e nervoso podem agravar ainda mais a situação.

Sintomas

 Cólica menstrual;

 Dor pélvica crônica;

 Dor na relação sexual;

 Sangramento ou dor ao urinar;

 Constipação intestinal.

  • Mioma uterino

É um tumor benigno do músculo liso do útero. Geralmente, acomete a mulheres de 30 a 50 anos. Não costuma apresentar sintomas, mas pode apresentar crescimento excessivo causando hemorragias com coágulos, períodos menstruais dolorosos e cólicas intensas, dor na relação sexual e infertilidade.

Tratamento

Por serem pequenos miomas e assintomáticos, essa é uma doença que não precisa de tratamento, somente a observação por meio de exames de rotina. Se tratado logo no início é possível controlar ou até reduzir o tamanho dos miomas através de medicamentos como anticoncepcional.

No caso de miomas maiores, se não for possível tratar por meio de medicamentos é necessário realizar um procedimento cirúrgico para retirá-lo.

  • Candidíase

A candidíase vaginal é uma infecção causada pelo fungo cândida. Cerca de 75% das mulheres tem a doença, pois normalmente os fungos estão presentes na flora da região íntima da mulher. É mais frequente em grávidas e mulheres com o sistema imune enfraquecido. Suas principais causas incluem o uso excessivo de antibióticos ou corticoides, a diabetes ou os maus hábitos de higiene, porque facilitam o crescimento de fungos.

Dentre os principais sintomas estão corrimento vaginal esbranquiçado, coceira, ardência ao urinar e dor durante relações sexuais.

Prevenção

Por ser uma doença que tem relação com a baixa imunidade, é bom sempre estar atenta ao tomar medicamentos como antibióticos, na troca de anticoncepcional e até mesmo com a higiene e hábitos alimentares. Evitar o uso constante de absorventes internos e roupas muito apertadas também ajuda na prevenção da candidíase.