Mesmo sem registros de mortes este ano e com redução no número de casos, a malária ainda preocupa as autoridades de saúde no Amapá. De 1º de janeiro a 10 de novembro deste ano, foram registrados 9.858 casos confirmados da doença no Estado. No mesmo período do ano passado, os casos somaram 11715, ou seja, houve uma redução de 16% nos indicadores de infestação da doença. Em 2017, foi registrado um óbito por malária no Amapá.

O sanitarista Emanuel Bentes, diretor executivo de Vigilância em Saúde do Governo do Estado, diz que estamos vivendo atualmente o período mais crítico da doença na região. “Os meses de outubro, novembro e dezembro são conhecidos como o período de sazonalidade da malária, devido a forte estiagem na Amazônia. A infestação do mosquito anófeles é muito maior”, alertou.

Do total de casos registrados este ano, 65,5%, ou seja, 6455 estão concentrados em apenas cinco municípios. São eles: Santana, Mazagão, Porto Grande, Pedra Branca do Amapari e Serra do Navio. Em Macapá, a preocupação das autoridades de saúde é com a reintrodução da malária no perímetro urbano da Capital, especialmente nos bairros da região Oeste – Marabaixo I, II, III e IV, Goibal, Distrito do Coração, Linhas do km 9 e outros.

Na Capital, houve uma pequena elevação no número de casos. De1º de janeiro a 10 de novembro deste ano foram registrados 1106 casos, enquanto que no mesmo período do ano passado houve 1092 casos.

Malária

É uma doença infecciosa febril aguda transmitida pela picada da fêmea do mosquito anófeles, infectada por plasmódio. No Brasil, quatro espécies estão associadas à malária em seres humanos: P. vivax, P. falciparum, P. malariae e P. ovale.

Sintomas

A doença começa com febre alta e fraqueza e se desenvolve com dor de cabeça, dor no corpo, calafrios, acompanhados por dor abdominal, dor nas costas, tontura, náuseas e vômitos.

Os sintomas da malária não aparecem de imediato. Eles surgem depois de transcorrido o período de incubação, que é o tempo compreendido entre a penetração do parasita no organismo e o aparecimento dos primeiros sintomas. Isso pode levar de 7 a 14 dias, em média, podendo chegar até 60 dias. O tratamento, por sua vez, dura de dois a sete dias.

Prevenção

Combate ao mosquito anofelino com borrifação de inseticida; manejo ambiental, combate ao plasmódio com o diagnóstico precoce e a adoção de medidas de prevenção individual: uso de mosquiteiros impregnados ou não com inseticidas, roupas que protejam pernas e braços, telas em portas e janelas e uso de repelentes.

Tratamento

É oferecido pela rede pública de saúde por meio de medicamentos ofertados pelo Ministério da Saúde. Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para a doença, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. ‘“Os medicamentos podem ser encontrados em todos os postos de notificação nos municípios”, observou.

Emanuel Bentes alerta que a malária pode levar a morte pelo plasmódio falciparum se não houver o diagnóstico precoce e o tratamento adequado. ”A Amazônia é uma área endêmica para malária e sempre vamos estar numa luta permanente contra o mosquito transmissor da doença”, concluiu.